REVISTA NAU LITERRIA


A Revista Nau Literria um peridico eletrnico semestral, vinculado ao Programa de Ps-Graduao em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A seleo dos artigos para publicao toma como referncia sua contribuio aos estudos literrios, a originalidade ou o tratamento dado ao tema, a consistncia e o rigor da abordagem terica. Cada artigo examinado pelo menos por dois membros do Painel de Pareceristas (ou especialistas ad hoc), sendo necessrios dois pareceres favorveis para que seja recomendado para publicao. 

TEMA: Literatura: a Emergncia do Poltico

Tomar posio situar-se pelo menos duas vezes, em pelo menos duas frentes que toda po-sio comporta, pois toda posio , fatalmente, relativa. desse ponto de vista de que parte Georges Didi-Huberman para estudar a obra do poeta e dramaturgo Bertolt Brecht. Desse modo, a condio de exilado de Brecht ganha uma singular importncia no que se re-fere tomada de posio poltica, como se, estando no entre-lugar, Brecht pudesse medir distncias, confrontar ideias, assumir posies dentro de seu projeto artstico e avaliar o transcurso da histria na formao das mentalidades sociais. Assim, tambm o pblico convidado a tomar posio diante dos antagonismos e contradies que perpassam a obra de Brecht, bem como o prprio mundo do ps-guerra, o que faz Jacques Rancire, por sua vez, entender a obra de Brecht como instauradora de uma distncia entre o autor e seu p-blico. Para Rancire, o teatro brechtiano assume a funo pedaggica de orientar o ponto de vista do pblico, oferecendo-lhe uma perspectiva uma posio , orientando o seu olhar, o que, portanto, faz com que as posies do autor e do pblico sejam diametralmente opostas, infinitas, uma vez que um assume a condio de mestre, ao passo que o outro o ignorante. Com isso, pensada como uma literatura poltica, as obras brechtianas pem-se contra a de-mocracia e a emancipao que esto na base da experincia literria. Seja como for, do exemplo de Brecht se destaca a ambiguidade da arte engajadamente poltica: ao mesmo tempo em que toma posio para falar de seu lugar e contexto, criando imagens polticas que intervm no debate poltico de onde autor, obra e pblico emergem, ela tambm trans-cende as fronteiras desse lugar, no sentido de preparar a cena de um porvir que , no limite, a suposta realizao de um mundo que est fora de qualquer contexto histrico, um mundo ainda espera de acontecer. Logo, o discurso esttico se v presa de uma autofagia histrica ela est fadada ao desaparecimento pela sua historicidade mais radical e de uma autofa-gia esttica ela no apenas arte, devendo, por isso, ser considerada como interventora no mbito pblico. E desse lugar intermedirio, tensionado por essa e outras dicotomias, que a obra literria, como qualquer obra de arte, convida tomada de posio do autor e dos seus diferentes leitores."


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