REVISTA LETRAS


O dossi prope uma reflexo sobre as potencialidades afetivas da literatura contempornea. A discusso sobre os afetos encontrou terreno frtil nas cincias humanas e sociais no incio deste milnio, impulsionando a denominada virada afetiva, cujo desafio terico o de pensar as transversalidades do afeto situadas entre as aes e as paixes (CLOUGH, 2007). Deleuze e Guattari (1991), em Qu'est-ce que la philosophie?,  entendem o afeto como um devir sensvel, no humano, como um ato pelo qual algo ou algum no para de devir-outro (continuando a ser o que ) (1992, p. 229). Segundo essa perspectiva, o potencial mobilizador do afeto projeta-se para alm das corporalidades e das experincias individuais e pode ser pensado no apenas em relao s diversas formas de pertencimento, mas tambm relacionado ideia de comunidade e s discusses referentes ampliao dos regimes estticos. Nesse sentido, o afeto uma potncia, um caminho para o(s) outro(s), uma forma de produo, ou ainda, uma estratgia capaz de renovar atuaes e comprometimentos, sejam eles artsticos, culturais, sociais e/ou polticos. O afeto no s participa de experincias estticas pungentes, mas tambm mobiliza a formulao de laos de solidariedade, os quais contribuem para a construo de comunidades mesmo que provisrias. Assim, a proposta desta chamada a de reunir ensaios de pesquisadorxs que discutam os seguintes temas:

a) afetividades na literatura contempornea;

b) afeto e comunidade(s);

c) afeto e experincia esttica.


Questo cara contemporaneidade e amplamente discutida no mbito das cincias humanas e sociais, a problemtica afetiva e as suas implicaes so ainda pouco exploradas pela crtica literria. O afeto, que atravessa o literrio da criao textual circulao do livro; que permeia a leitura e que, frequentemente, adentra as pginas/telas, pleno de possibilidades mobilizadoras, as quais contrariam a (suposta) apatia associada ao ps-moderno. Parte de experincias estticas pungentes, o afeto tambm contribui para o estabelecimento de laos de solidariedade, que so fundamentais para construo de comunidades (ainda que circunstanciais). A dinmica afetiva, portanto, um importante ponto de partida para se (re)pensar a produo literria recente, movida por inquietaes em torno de sua prpria relevncia e atravessada por reivindicaes constantemente renovadas. 


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